@lord_myron
Liberdade...
Liberdade...
Liberdade...
Estar livre é poder fumar?
Estar livre é ter uma espécie de poder íntimo
de fazer o que se acha melhor?
Ou simplesmente aquela angústia inquieta que
não se dissipa nunca, por mais que se tente?
O dia tem o céu que a noite traz
também indo por um triz embora
na busca incessante do sol.
Dormir é uma liberdade para quem
não precisa acorda.
Amar é uma suspeita de certeza.
Trepar é um retorno à essência –
tanto que daí se nasce.
Comer é uma imposição da
manutenção necessária.
Mas os que comem livres, engordam –
e podem até morrer...
No fim, todos morrem.
E nisso, um labirinto se monta –
e se joga xadrez –
à espreita, à espera.
Existe o mundo que diz o que é o quê:
- qual a boa poesia;
- quanto dinheiro se precisa ter;
- aonde ir e o que fazer quando...
, coisas assim...
Por exemplo:
Aos que fumam,
o vício é prisão.
Claro que têm que dizem:
‘joguei os cigarros fora
e nunca mais fumei...’
Mas num átimo,
aquela coceira louca vem:
e você vai lá – e fuma.
Só que aí, você fumante,
que já não é livre,
tem as mãos duplamente atadas:
Preso pelo vício,
precisa do que não pode,
por ser proibido.
“Fumantes marginais amontoam-se num canto
para morrer um pouco.”
No futuro, pode ser manchete no jornal.
Ou melhor:
“Preso e torturado,
fumante confessa seu crime.”
É claro que ter respeito é bom e eu gosto!
Por isso pergunto sempre:
‘Posso fumar?’