@lord_myron
Liberdade...
Liberdade...
Liberdade...
Estar livre é poder fumar?
Estar livre é ter uma espécie de poder íntimo
de fazer o que se acha melhor?
Ou simplesmente aquela angústia inquieta que
não se dissipa nunca, por mais que se tente?
O dia tem o céu que a noite traz
também indo por um triz embora
na busca incessante do sol.
Dormir é uma liberdade para quem
não precisa acorda.
Amar é uma suspeita de certeza.
Trepar é um retorno à essência –
tanto que daí se nasce.
Comer é uma imposição da
manutenção necessária.
Mas os que comem livres, engordam –
e podem até morrer...
No fim, todos morrem.
E nisso, um labirinto se monta –
e se joga xadrez –
à espreita, à espera.
Existe o mundo que diz o que é o quê:
- qual a boa poesia;
- quanto dinheiro se precisa ter;
- aonde ir e o que fazer quando...
, coisas assim...
Por exemplo:
Aos que fumam,
o vício é prisão.
Claro que têm que dizem:
‘joguei os cigarros fora
e nunca mais fumei...’
Mas num átimo,
aquela coceira louca vem:
e você vai lá – e fuma.
Só que aí, você fumante,
que já não é livre,
tem as mãos duplamente atadas:
Preso pelo vício,
precisa do que não pode,
por ser proibido.
“Fumantes marginais amontoam-se num canto
para morrer um pouco.”
No futuro, pode ser manchete no jornal.
Ou melhor:
“Preso e torturado,
fumante confessa seu crime.”
É claro que ter respeito é bom e eu gosto!
Por isso pergunto sempre:
‘Posso fumar?’
terça-feira, 2 de novembro de 2010
sábado, 9 de outubro de 2010
poema rabiscado num quarto estreito de frisco
Kerouac ao lado do meu pé esquerdo olhando quieto.
Kerouac narigudo, olhos-imã, rastro de bigode e barba.
Kerouac - antes ou depois de tudo?
pensando exatamente em quê?
sabedor de algo?
Kerouac - à luz afoita de Cassady,
à sombra dum hotel barato,
à espreita.
teria odiado os Beatles?
teria odiado os Beatles?
teria odiado?
Ginsberg e Dylan.
Ginsberg e Dylan.
e a América.
Kerouac - num setembro qualquer
conhecendo Lester Youn,
Count Basie,
Billie Holiday.
cristão, não leu o Kadish à Gabrielle.
nem leria...
foi mais rápido.
antes.
Kerouac - budista, lisérgico.
alcoólatra, decadente.
reacionário, avaro, só.
antes ou depois de Millstein?
antes ou depois de Joyce Glassman?
racista, antissemita, ku-klux klan?
on the road,
ao lado do meu pé esquerdo,
Kerouac em Frisco.
olhos-imã,
na minha coxa esquerda.
em minhas'mãos.
com um quê de fim,
vou beijá-lo.
com um quê de fim de arrependimento,
vou beijá-lo.
com um quê de fim de arrependimento voluntário
envolto em benzedrina,
vou beijá-lo.
vou beijá-lo,
beijá-lo.
no ar,
terebentina.
terebentina,
no ar.
terebentina.
Kerouac ao lado do meu pé esquerdo olhando quieto.
Kerouac narigudo, olhos-imã, rastro de bigode e barba.
Kerouac - antes ou depois de tudo?
pensando exatamente em quê?
sabedor de algo?
Kerouac - à luz afoita de Cassady,
à sombra dum hotel barato,
à espreita.
teria odiado os Beatles?
teria odiado os Beatles?
teria odiado?
Ginsberg e Dylan.
Ginsberg e Dylan.
e a América.
Kerouac - num setembro qualquer
conhecendo Lester Youn,
Count Basie,
Billie Holiday.
cristão, não leu o Kadish à Gabrielle.
nem leria...
foi mais rápido.
antes.
Kerouac - budista, lisérgico.
alcoólatra, decadente.
reacionário, avaro, só.
antes ou depois de Millstein?
antes ou depois de Joyce Glassman?
racista, antissemita, ku-klux klan?
on the road,
ao lado do meu pé esquerdo,
Kerouac em Frisco.
olhos-imã,
na minha coxa esquerda.
em minhas'mãos.
com um quê de fim,
vou beijá-lo.
com um quê de fim de arrependimento,
vou beijá-lo.
com um quê de fim de arrependimento voluntário
envolto em benzedrina,
vou beijá-lo.
vou beijá-lo,
beijá-lo.
no ar,
terebentina.
terebentina,
no ar.
terebentina.
sábado, 21 de agosto de 2010
Esse tal rock gaúcho - Parte 2
O que chamam MPB? Aliás, o que é MPB? Talvez meio algo tipo: o que não é uma coisa específica, e que é feita por músicos brasileiros, é MPB. Bem, nisso, daqui a pouco até aquela Sandy é MPB. Enfim... Mas uma coisa antiteticamente assaz interessante é que pra ser MPB não pode ser popular. Paradoxos à parte, a Música Popular Brasileira é gênero, movimento ou apenas a denominação do inclassificável? Bem, o tal rock gaúcho, ao menos, é rock. Mas o diálogo forte que pode ser percebido entre uma coisa é outra se exaure no seguinte: se existe MPB, por que não haveria de existir o Rock Gaúcho? É que se ambos não podem efetivamente serem considerados gêneros (ou subgênero, no caso do rock gaúcho) musicas, por carecerem de atributos estético-musicais capazes de lhes atribuírem esse status, ao menos, quanto à MPB, quase nunca se coloca em questionamento a sua existência ou não. Por outro lado, o rock gaúcho, muito mais associado a quesitos territoriais que estéticos, é tão questionado por tantos que fico pensado: faz alguma diferença? Quer dizer: se a MPB não é gênero, assim como se supõe que o rock gaúcho não seja, onde está a impropriedade? Seria petulância demasiada dizer que o Rock Gaúcho existe tanto quanto a MPB? Oh, Deus, preciso de paciência, calma, coerência e força. E vou fumar.
O que chamam MPB? Aliás, o que é MPB? Talvez meio algo tipo: o que não é uma coisa específica, e que é feita por músicos brasileiros, é MPB. Bem, nisso, daqui a pouco até aquela Sandy é MPB. Enfim... Mas uma coisa antiteticamente assaz interessante é que pra ser MPB não pode ser popular. Paradoxos à parte, a Música Popular Brasileira é gênero, movimento ou apenas a denominação do inclassificável? Bem, o tal rock gaúcho, ao menos, é rock. Mas o diálogo forte que pode ser percebido entre uma coisa é outra se exaure no seguinte: se existe MPB, por que não haveria de existir o Rock Gaúcho? É que se ambos não podem efetivamente serem considerados gêneros (ou subgênero, no caso do rock gaúcho) musicas, por carecerem de atributos estético-musicais capazes de lhes atribuírem esse status, ao menos, quanto à MPB, quase nunca se coloca em questionamento a sua existência ou não. Por outro lado, o rock gaúcho, muito mais associado a quesitos territoriais que estéticos, é tão questionado por tantos que fico pensado: faz alguma diferença? Quer dizer: se a MPB não é gênero, assim como se supõe que o rock gaúcho não seja, onde está a impropriedade? Seria petulância demasiada dizer que o Rock Gaúcho existe tanto quanto a MPB? Oh, Deus, preciso de paciência, calma, coerência e força. E vou fumar.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Esse tal Rock Gaúcho – Pate 1
O termo rock gaúcho parece estar muito menos associado a aspectos estéticos que territoriais, já que não configurando um subgênero. Quanto a isso, por exemplo, existem, em termos musicais gerais, o punk rock, o metal, o progressivo, o grunge etc., que, sim, são subgêneros inseridos numa categoria maior (rock). E isso acontece desse modo porque punk rock, metal, progressivo, grunge (e tudo o mais que existe em termos de rock) não enfocam apenas uma questão de nomenclatura (e, menos ainda, um aspecto territorial), já que efetivamente associados a quesitos técnicos/estruturais/estéticos/musicais capazes de mesclar/alterar uma configuração inicial mais ampla, a ponto de também serem por ela abarcados. Bom, e é justamente por isso que são subgêneros – e não gêneros.
É bem verdade que, ao que se supõe, o rock gaúcho não tem pretensões no sentido de ser efetivamente um subgênero. E, quanto a isso, o assunto se encerraria aqui – inclusive, e fundamentalmente, por se considerar o fato de que também existe rock na Bahia, em Curitiba, em Recife, em São Paulo etc. Só que, por outro lado, há um impasse: se por um prisma a denominação rock gaúcho está restrita a aspectos territoriais, por outro (como decorrência lógica) seria efetivamente impróprio se falar em uma ‘estética do rock gaúcho’? E, em sendo paradoxalmente possível se dizer que sim, que elementos estariam inseridos nessa configuração?
No fim das contas, o interessante é que, ao mesmo tempo em que o rock gaúcho não comporta elementos suficientes que lhe autorizem a ser inserido em uma categoria (subgênero), é também impossível deixar de mencionar a sua forte marca de ‘peculiaridade sonora’, capaz de lhe atribuir um caráter significativamente diferenciado.
Aos que entenderam a simplicidade do que digo, depois escrevo mais.
O termo rock gaúcho parece estar muito menos associado a aspectos estéticos que territoriais, já que não configurando um subgênero. Quanto a isso, por exemplo, existem, em termos musicais gerais, o punk rock, o metal, o progressivo, o grunge etc., que, sim, são subgêneros inseridos numa categoria maior (rock). E isso acontece desse modo porque punk rock, metal, progressivo, grunge (e tudo o mais que existe em termos de rock) não enfocam apenas uma questão de nomenclatura (e, menos ainda, um aspecto territorial), já que efetivamente associados a quesitos técnicos/estruturais/estéticos/musicais capazes de mesclar/alterar uma configuração inicial mais ampla, a ponto de também serem por ela abarcados. Bom, e é justamente por isso que são subgêneros – e não gêneros.
É bem verdade que, ao que se supõe, o rock gaúcho não tem pretensões no sentido de ser efetivamente um subgênero. E, quanto a isso, o assunto se encerraria aqui – inclusive, e fundamentalmente, por se considerar o fato de que também existe rock na Bahia, em Curitiba, em Recife, em São Paulo etc. Só que, por outro lado, há um impasse: se por um prisma a denominação rock gaúcho está restrita a aspectos territoriais, por outro (como decorrência lógica) seria efetivamente impróprio se falar em uma ‘estética do rock gaúcho’? E, em sendo paradoxalmente possível se dizer que sim, que elementos estariam inseridos nessa configuração?
No fim das contas, o interessante é que, ao mesmo tempo em que o rock gaúcho não comporta elementos suficientes que lhe autorizem a ser inserido em uma categoria (subgênero), é também impossível deixar de mencionar a sua forte marca de ‘peculiaridade sonora’, capaz de lhe atribuir um caráter significativamente diferenciado.
Aos que entenderam a simplicidade do que digo, depois escrevo mais.
sábado, 6 de março de 2010
PROXIMIDADES
Não morreu já?
Sim, sim; parece que foi ontem mesmo, lembra?
Antes ou depois do sol?
Tanto faz... por quê?
Nem sei exatamente bem se é isso que você quer, mas, por enquanto, acho que ainda temos chance de insistir um pouco... é que sempre existe uma coisa que dá um ar bom pro que se pensa querer...
Por quê? Estás tentando me ofender?
Não, não... apenas tenho uma fome preambular...
E o que fazes aqui então?
Ora, busco privilégios...
Seja mais claro...
Por quê? O que estás querendo, afinal?
Bem, desse jeito vou ficar pensando que você está querendo parecer mais ingênuo do que precisa...
Ah, tudo bem... mas que tal celebrar ostras?
No seu lugar, eu iria até ali...
Fazer o quê?
Estou sabendo bem de tudo o que trazes por dentro, está bem?! (Pausa brevíssima) Não quero nada de irritação por hoje, porque assim o mar está calmo, o céu tem uma cor que não é desagradável e, lá fora, já avistei tantas coisas que podem ser úteis...
Bem, percebo que ultimamente estás bem bestinha...
Ah... pare com isso, porque não chegarás a lugar nenhum só tentando...
Você realmente pensa que sou convicto?
Claro que sinto um latejar de deus vago...
Estão venha sentir meu sangue um pouco, porque assim meu alívio não será só um vão oco...
Pare já com isso, pq estás querendo demais!
Exatamente aonde vais?
Vou ali no céu ver fogos explodindo perto de aves metálicas, tá?... e não venha de nenhum modo tentar prever o que acontece depois...
Achei que não fosse plausível imbecilizar tudo assim tanto...
Hahahahahaha Quando começaremos com fogo?
Minha sensação de desafio parece ter chão?
Desde quando futilidade tem lastro?
Bem, acho que agora vamos celebrar algum tipo de alimento.
Pare de comer um pouco! Queres exatamente não caber mais?
Nada disso... só tento apenas não ver uma hipótese.
Por isso vale-se de brasas para aplausos?
Dentro da minha cara, o que estás vendo?
Pare com isso... evito jogos...
Já perdeu muito?
Apenas tenho senso de ânsia...
Tome seus remédios, sem ver muito. Assim, teremos convicções boas...
Ai, ai, que tenho fome...
Mastigue um pouco, então...
Ai, ai... às vezes você parece brasa...
Obrigado... só quero dourar fatos...
(Pausa)
É que sinto proximidades boas, sabe?
Sei, sei...
É...(afirmativo vago)
(Pausa)
É uma coisa de ouvir um som querido longe...
Hummmm...
(Pausa)
Vamos ler?
Sim!
(Um tempo comendo livros)
Queres mais Anas?
(Negaçao cefálica) Mercedes comprou uma foto porque não sabia o tom do mar.
(Pausa breve)
Ora (irritado), disso já sei...
(Pausa breve)
É melhor irmos pra peixes...
(Pausa)
Lateje, vamos, lateje!
Sei, sei... queres coisas...
(Pausa)
Claro, sempre tanto quanto algo que pisa.
(Pausa reflexiva)
Algum tipo de vencer Freud?
Você realmente acha que brasa vai?
(Pausa)
Chega, chega! Nao tenho paciência tanto assim pro que é ruim...
Semelhante a uma dor de estômago?
Sou mais de azia, porque é mais natural...
Ai que o tempo tem uma luz assim de se acompanhar de perto, em detalhes.
Cale a boca um pouco para introduzirmos coisas mais finais. (pausa breve). Por exemplo: quando você vai num lugar, você especifica detalhes...
Sim, qualquer um faz isso...
É, nada disso é uma diferença válida.
(pausa)
Vamos ler mais?
É preciso mesmo? (pausa) Tenho coisas acontecendo... quero começar a falar...
Sim, mas já não morreu ontem?
Não, nada disso. Quem disse que ontem estava ali?
Freud foi feliz. Jung entrava numa cebola. Quando fostes ver Tom Waits?
És mais idiota do que a crença de que algo vai adquirir consistência por mero pretexto.
(Pausa longuíssima, um pouco triste)
Nasci perto de uma fonte.
(Pausa)
Tá.
(Pausa)
Era tudo meio azulado.
(Pausa)
Tá.
(Pausa)
Por quê?
Não, não tenho tempo agora. (pausa) Não consigo falar caminhando. Não posso. Não posso.
Oi?
Oi?
Sim!
Oi!
Estamos próximos!
Sim, bem ali é perto. Tão pertinho ir indo. Quando se está, chegou.
Chega. Não me faça agora descobrir maiores dons.
Dogmas antecedem fatos?
Tenho um cão. Na alma, schnauzer sorri?
Por quê?
Ele tem um perto. Mesmo em qualquer sexo. (Pausa) Está próximo de um bom. Acolher-se é uma simplicidade. Próximos, estamos quentes. Queremos um que bom de tudo bem sempre. Tanto.
Você é um drama; queres uma escada?
Desabo com arcanjos.
Já sei... não temos chance.
Estamos próximos?
Onde, onde?
Cale a boca! Cale a boca mesmo, e só fale para quando um sorriso vem perto.
Isso é uma ameaça?
(Pausa)
Sua mágoa corrói a distância dos pontos. Eles se afastam tanto, e eu fico sem culpa. Na realidade, é tão perto, tão perto. Mas não alcanço.
Não morreu já?
Sim, sim; parece que foi ontem mesmo, lembra?
Antes ou depois do sol?
Tanto faz... por quê?
Nem sei exatamente bem se é isso que você quer, mas, por enquanto, acho que ainda temos chance de insistir um pouco... é que sempre existe uma coisa que dá um ar bom pro que se pensa querer...
Por quê? Estás tentando me ofender?
Não, não... apenas tenho uma fome preambular...
E o que fazes aqui então?
Ora, busco privilégios...
Seja mais claro...
Por quê? O que estás querendo, afinal?
Bem, desse jeito vou ficar pensando que você está querendo parecer mais ingênuo do que precisa...
Ah, tudo bem... mas que tal celebrar ostras?
No seu lugar, eu iria até ali...
Fazer o quê?
Estou sabendo bem de tudo o que trazes por dentro, está bem?! (Pausa brevíssima) Não quero nada de irritação por hoje, porque assim o mar está calmo, o céu tem uma cor que não é desagradável e, lá fora, já avistei tantas coisas que podem ser úteis...
Bem, percebo que ultimamente estás bem bestinha...
Ah... pare com isso, porque não chegarás a lugar nenhum só tentando...
Você realmente pensa que sou convicto?
Claro que sinto um latejar de deus vago...
Estão venha sentir meu sangue um pouco, porque assim meu alívio não será só um vão oco...
Pare já com isso, pq estás querendo demais!
Exatamente aonde vais?
Vou ali no céu ver fogos explodindo perto de aves metálicas, tá?... e não venha de nenhum modo tentar prever o que acontece depois...
Achei que não fosse plausível imbecilizar tudo assim tanto...
Hahahahahaha Quando começaremos com fogo?
Minha sensação de desafio parece ter chão?
Desde quando futilidade tem lastro?
Bem, acho que agora vamos celebrar algum tipo de alimento.
Pare de comer um pouco! Queres exatamente não caber mais?
Nada disso... só tento apenas não ver uma hipótese.
Por isso vale-se de brasas para aplausos?
Dentro da minha cara, o que estás vendo?
Pare com isso... evito jogos...
Já perdeu muito?
Apenas tenho senso de ânsia...
Tome seus remédios, sem ver muito. Assim, teremos convicções boas...
Ai, ai, que tenho fome...
Mastigue um pouco, então...
Ai, ai... às vezes você parece brasa...
Obrigado... só quero dourar fatos...
(Pausa)
É que sinto proximidades boas, sabe?
Sei, sei...
É...(afirmativo vago)
(Pausa)
É uma coisa de ouvir um som querido longe...
Hummmm...
(Pausa)
Vamos ler?
Sim!
(Um tempo comendo livros)
Queres mais Anas?
(Negaçao cefálica) Mercedes comprou uma foto porque não sabia o tom do mar.
(Pausa breve)
Ora (irritado), disso já sei...
(Pausa breve)
É melhor irmos pra peixes...
(Pausa)
Lateje, vamos, lateje!
Sei, sei... queres coisas...
(Pausa)
Claro, sempre tanto quanto algo que pisa.
(Pausa reflexiva)
Algum tipo de vencer Freud?
Você realmente acha que brasa vai?
(Pausa)
Chega, chega! Nao tenho paciência tanto assim pro que é ruim...
Semelhante a uma dor de estômago?
Sou mais de azia, porque é mais natural...
Ai que o tempo tem uma luz assim de se acompanhar de perto, em detalhes.
Cale a boca um pouco para introduzirmos coisas mais finais. (pausa breve). Por exemplo: quando você vai num lugar, você especifica detalhes...
Sim, qualquer um faz isso...
É, nada disso é uma diferença válida.
(pausa)
Vamos ler mais?
É preciso mesmo? (pausa) Tenho coisas acontecendo... quero começar a falar...
Sim, mas já não morreu ontem?
Não, nada disso. Quem disse que ontem estava ali?
Freud foi feliz. Jung entrava numa cebola. Quando fostes ver Tom Waits?
És mais idiota do que a crença de que algo vai adquirir consistência por mero pretexto.
(Pausa longuíssima, um pouco triste)
Nasci perto de uma fonte.
(Pausa)
Tá.
(Pausa)
Era tudo meio azulado.
(Pausa)
Tá.
(Pausa)
Por quê?
Não, não tenho tempo agora. (pausa) Não consigo falar caminhando. Não posso. Não posso.
Oi?
Oi?
Sim!
Oi!
Estamos próximos!
Sim, bem ali é perto. Tão pertinho ir indo. Quando se está, chegou.
Chega. Não me faça agora descobrir maiores dons.
Dogmas antecedem fatos?
Tenho um cão. Na alma, schnauzer sorri?
Por quê?
Ele tem um perto. Mesmo em qualquer sexo. (Pausa) Está próximo de um bom. Acolher-se é uma simplicidade. Próximos, estamos quentes. Queremos um que bom de tudo bem sempre. Tanto.
Você é um drama; queres uma escada?
Desabo com arcanjos.
Já sei... não temos chance.
Estamos próximos?
Onde, onde?
Cale a boca! Cale a boca mesmo, e só fale para quando um sorriso vem perto.
Isso é uma ameaça?
(Pausa)
Sua mágoa corrói a distância dos pontos. Eles se afastam tanto, e eu fico sem culpa. Na realidade, é tão perto, tão perto. Mas não alcanço.
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