Esse tal Rock Gaúcho – Pate 1
O termo rock gaúcho parece estar muito menos associado a aspectos estéticos que territoriais, já que não configurando um subgênero. Quanto a isso, por exemplo, existem, em termos musicais gerais, o punk rock, o metal, o progressivo, o grunge etc., que, sim, são subgêneros inseridos numa categoria maior (rock). E isso acontece desse modo porque punk rock, metal, progressivo, grunge (e tudo o mais que existe em termos de rock) não enfocam apenas uma questão de nomenclatura (e, menos ainda, um aspecto territorial), já que efetivamente associados a quesitos técnicos/estruturais/estéticos/musicais capazes de mesclar/alterar uma configuração inicial mais ampla, a ponto de também serem por ela abarcados. Bom, e é justamente por isso que são subgêneros – e não gêneros.
É bem verdade que, ao que se supõe, o rock gaúcho não tem pretensões no sentido de ser efetivamente um subgênero. E, quanto a isso, o assunto se encerraria aqui – inclusive, e fundamentalmente, por se considerar o fato de que também existe rock na Bahia, em Curitiba, em Recife, em São Paulo etc. Só que, por outro lado, há um impasse: se por um prisma a denominação rock gaúcho está restrita a aspectos territoriais, por outro (como decorrência lógica) seria efetivamente impróprio se falar em uma ‘estética do rock gaúcho’? E, em sendo paradoxalmente possível se dizer que sim, que elementos estariam inseridos nessa configuração?
No fim das contas, o interessante é que, ao mesmo tempo em que o rock gaúcho não comporta elementos suficientes que lhe autorizem a ser inserido em uma categoria (subgênero), é também impossível deixar de mencionar a sua forte marca de ‘peculiaridade sonora’, capaz de lhe atribuir um caráter significativamente diferenciado.
Aos que entenderam a simplicidade do que digo, depois escrevo mais.